Cesta Básica apresenta 3,38% de redução no valor

Observatório Econômico de Contábeis da URI/FW fez o levantamento dos preços dos produtos nos últimos dois meses

Frederico Westphalen
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Tomate longa vida foi o item com maior redução de valor nos produtos da cesta básica

Adriana Folle
20/06/2022

O Observatório Econômico do curso de Ciências Contábeis da URI, Câmpus de Frederico Westphalen, publicou o Relatório Cesta Básica de maio de 2022, que observa e compara os valores da Cesta Básica Alimentar do município, entre os dois últimos meses. Segundo os dados divulgados, houve uma redução de 3,38% no valor da Cesta Básica, que passou a custar R$ 678,82, comparado ao preço de R$ 702,53 em abril.

A Cesta Básica do brasileiro, também conhecida como Ração Essencial Mínima, é composta por 13 alimentos considerados de necessidade básica para consumo diário do trabalhador adulto: feijão, arroz, farinha, pão, carne, leite, açúcar, banana, óleo, margarina, tomate, café e batata.

De acordo com a pesquisa, foi observado que, dos 13 produtos, o item que apresentou maior redução foi o tomate longa vida, diminuindo 28,31% com o preço médio passando de R$ 11,97/kg, em abril, para R$ 8,58/kg em maio, seguido pelo feijão, cujo valor diminuiu 4,66%. Outros produtos que apresentaram baixa no preço foram o arroz, a batata inglesa branca, o açúcar cristal e a margarina.

Todo o restante dos produtos teve variação de preço alta. O maior acréscimo foi da banana, que apresentou aumento de 9,54% com alteração do preço médio de R$ 4,86/kg para R$ 5,32/kg. Da mesma forma, o pão francês, que custava em média R$ 10,58/kg em abril, passou a custar R$ 11,08/kg, seguido pelo leite integral UHT, que aumentou 3,53%.

 

Cesta Básica e Salário Mínimo

O relatório também analisou o valor da Ração Essencial Mínima em relação ao salário mínimo, para entender o poder de compra do trabalhador. Foi constatado que a redução do custo proporcionou aumento no poder de compra do trabalhador. O comprometimento da renda, que era 63,01% em abril, reduziu para 60,88%. Assim, resta para o trabalhador R$ 436,22 para atender às demais necessidades básicas, como água, energia, saúde, serviços pessoais, vestuários, lazer, entre outros.

Conforme o relatório, o valor do salário mínimo útil para atender às necessidades básicas de uma família de quatro pessoas - como habitação, alimentação, vestuário, saúde, despesas pessoais, equipamentos domésticos, transporte, educação e cultura, recreação e despesas diversas deveria ser de R$ 5.702,76, ou seja, 4,71 vezes o salário vigente, de R$ 1.212,00. 

Foi analisado também, que o tempo médio de trabalho necessário para adquirir os itens da cesta básica por um trabalhador remunerado com um salário mínimo diminuiu de 138 horas e 37 minutos em abril para 133 horas e 56 minutos, representando 60,88% da jornada de trabalho.

 

Sobre o relatório

O projeto é coordenado pela professora-doutora, Tamara Silvana Menuzzi Diverio, que conta com a colaboração do professor-mestre, Luiz Gustavo Zuliani da Silva, e das bolsistas, Adriana Mazzutti, Maisa Marchesan Strack e Silvia Marli Kempka, além do coordenador do curso, professor-mestre Alzenir José de Vargas.

Como referência para a análise, a base foi o salário mínimo líquido de R$ 1.115,04 (após descontar 8% de contribuição previdenciária do salário bruto). Cabe salientar que, de acordo com o artigo 7º, inciso IV, da Constituição de 1988, são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais: “salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim”.