Acadêmicos de Psicologia da URI refletem sobre a exposição “Uma dose de Consciência”

Evento com a artista Valéria Pinheiro promoveu um diálogo profundo sobre medicalização, ansiedade e empatia através de obras que funcionam como remédios simbólicos

Frederico Westphalen
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Adriana Folle
22/09/2025

Aproximadamente 90 acadêmicos do curso de Psicologia da URI/FW participaram de uma experiência sensível e reflexiva na exposição “Uma dose de Consciência”, da artista Valéria Pinheiro, no dia 16 de setembro. A atividade, que integrou arte e formação acadêmica, proporcionou um momento de pausa para escutar e sentir, centrado em temas como medicalização da vida, minorias e vivências culturais.


A exposição da artista propõe uma analogia poderosa: a arte como um remédio simbólico para os males invisíveis da sociedade contemporânea. As obras, apresentadas como frascos poéticos e cápsulas críticas, buscam tratar de questões como “o vício do controle, a pressa crônica, a superficialidade das relações, o consumo sem propósito e a guerra que começa dentro de cada um”. Segundo a descrição da série, a intenção não é anestesiar, mas despertar a consciência para um mundo marcado pelo adoecimento profundo, não apenas do corpo, mas da alma coletiva.


Após percorrer a mostra, os estudantes tiveram um enriquecedor momento de conversa com a autora. O diálogo ampliou a reflexão sobre como a arte pode acessar conteúdos profundos da experiência humana, temas diretamente ligados à atuação em Psicologia.


Arte como ferramenta de sensibilidade para a formação

A coordenadora do curso de Psicologia da URI/FW, Eliane Cadoná, avaliou a experiência como fantástica. Para ela, integrar arte e formação é essencial para a profissão. “Articular a formação da psicologia à arte é a maneira mais certa de olhar para os fenômenos humanos com sensibilidade. Grandes nomes da psicologia só são grandes até hoje, porque sempre compreenderam a arte como uma das formas de acesso à sensibilidade e ao conteúdo mais profundo do humano”, destaca.


A exposição “Uma dose de Consciência” atua como um convite à autorreflexão, propondo perguntas como “Quais desses medicamentos você acredita que precisa fazer uso?” e “Quais medicamentos você acredita que a sociedade precisa?”. A iniciativa, parte do projeto “Arte sem Fronteiras”, reforça o papel da arte como um catalisador para o repensar de hábitos e a transformação pessoal e social.

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