Autoridades manifestam apoio ao fortalecimento do Laboratório do Leite

No fórum, realizado na URI/FW, foi apresentada a importância e também os desafios para os próximos 10 anos

Frederico Westphalen
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Adriana Folle
12/04/2024

Com o objetivo de oferecer informações cruciais para o aprimoramento da qualidade do leite produzido na região, possibilitando aos produtores e às indústrias a implementação de medidas imediatas para aperfeiçoamento do produto final, foi criado o Laboratório do Leite, da URI/FW, em 2018. Durante este período, muitos foram os desafios para mantê-lo em atividade, especialmente pelo alto custo dos insumos necessários para as análises.


Para buscar alternativas, visando continuar com este serviço tão importante à região, a URI/FW promoveu o Fórum de Fortalecimento do Laboratório do Leite, na quinta-feira, 11, no auditório da universidade. Estiveram presentes autoridades e lideranças, locais, regionais e estaduais, como o fiscal agropecuário, José Paolo Camilo, representando o secretário de Agricultura do RS, Giovane Feltes; o secretário Executivo do Gabinete de Articulações aos Municípios e Prefeitos da Secretaria da Casa Civil, Salmo Dias de Oliveira; o prefeito de Palmitinho e presidente da Amzop, Caetano Albarello, e o prefeito de FW e vice-presidente da Famurs, José Alberto Panosso.


Também participaram representantes de Executivos e Legislativos Municipais da região, de Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, da Emater, Codemau, Admau, Sindilat, Fesau, Bancos e Cooperativas de Crédito, além de professores e técnicos administrativos da URI/FW e pessoas da comunidade.


A diretora geral da URI/FW, Elisabete Cerutti, abriu o evento falando da necessidade de olhar para os próximos 10 anos do laboratório – até aqui mantido pela universidade –, sempre primando pela qualidade dos serviços prestados, olhando a inovação e focando na gestão. “Nestes anos de atuação, fizemos, enquanto instituição, tudo o que foi possível para continuar com os serviços, mas a partir de agora precisaremos andar juntos. Por isso, promovemos este momento para encontrarmos alternativas para mantê-lo”, ressalta.


Dando embasamento para as definições do evento, o coordenador da Anagro, Cassiano Busatta, falou da história do laboratório, rotas realizadas e abrangência, apresentou os números – 10 mil produtores atendidos, com mais de 35 mil análises/mês –, e destacou as certificações conquistadas ao longo do tempo. “Todo o nosso trabalho é voltado para manter a qualidade nos serviços e atender bem nossos clientes, oriundos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná”, frisa.


Para que a instituição possa manter o laboratório em atividade, a URI precisa de apoio. Com esta frase o diretor Administrativo, Alzenir de Vargas, abriu sua fala, acrescentando o custo elevado de manutenção da estrutura. “Não podemos mais custear o espaço com mensalidade de aluno, precisamos de ajuda de municípios e do Estado, inclusive para continuarmos com a excelência dos serviços prestados”, salienta.

 

Defesa da demanda

Sensibilizado com a importância do laboratório e a necessidade de fortalecer a cadeia do leite na região, o presidente da Amzop se comprometeu em mobilizar os municípios da associação para apoiarem esta demanda, que muito ajudará para que o produtor fique no campo e busque a qualidade no leite produzido. “Vamos dar o primeiro passo, o nosso município, Palmitinho, vai encontrar formas de formalizar um convênio com a universidade para apoiar esta necessidade”, assegura Albarello.


Mostrando a realidade regional, que possui 4.163 produtores de leite e 40 empresas que fazem rotas transportando este produto, nos 42 municípios atendidos pelo Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de FW, o gerente Luciano Schwerz enalteceu a ação da URI em promover o Fórum e apresentar a realidade.


– Somos gratos pela universidade manter o laboratório por todos estes anos, mesmo com dificuldades, pois sabemos da importância deste espaço para a realização das análises. Os nossos produtores precisam deste serviço e não podem mandar as amostras para longas distâncias, porque isso vai aumentar consideravelmente o valor pago. Colocamos a Emater à disposição para ajudar na elaboração de um plano junto aos municípios, para incentivar o laboratório – disse Schwerz.


Outra pessoa que manifestou contentamento em participar e estar a par da realidade do laboratório é o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat), Darlan Palharini. “Esta estrutura é essencial para a região e acredito que, por meio do Fundoleite, do governo do Estado conseguiremos apoio para a manutenção. Coloco-me à disposição para este passo”, frisa.


A propriedade de Amarildo Manfio forneceu os primeiros litros de leite para os testes avaliativos no começo do laboratório. “Sinto-me confortável em falar desta importante estrutura, pois estamos fazendo parte deste serviço desde o início e tenho muito orgulho disso, pois é indiscutível a qualidade do trabalho ofertado. Nesse sentido, entendo que deveria ser consenso a manutenção deste laboratório, porque desenvolvimento alcançamos com o financeiro, mas também com o social e este serviço é essencial à nossa região”, resume o presidente do STR de FW.


Enaltecendo a excelência das análises prestadas, o fiscal estadual agropecuário, José Camilo, defendeu a manutenção das atividades, pois a estrutura ajuda muito no cumprimento das normativas. “Por isso, disponibilizamos a Secretaria de Agricultura do Estado para colaborar com este projeto, extremamente necessário para a região e para o Rio Grande do Sul”, destaca.


Com o viés do apoio do governo gaúcho, Salmo Dias de Oliveira também se dispôs a se somar junto a esta necessidade de viabilizar os próximos 10 anos do laboratório. “Proponho-me a trabalhar junto com os municípios para conveniá-los, através do Fundoleite, e encontrar formas de operacionalizar estes serviços, dando o apoio, através das prefeituras. Estamos sensíveis e comprometidos com esta demanda, pois sabemos que a URI faz e entrega muito a esta região, então queremos ajudar em tudo o que estiver ao nosso alcance”, afirma Salmo.


Da mesma forma, o presidente do Legislativo de FW, Leandro Mazzutti, colocou a Câmara de Vereadores à disposição, para encontrar formas de manutenção do laboratório. “Penso em montar uma comitiva para irmos buscar apoio do Estado, com repasse mensal a esta estrutura, tão importante ao município e à região”, argumenta.


Fechando os pronunciamentos, Panosso fez um chamamento a todos os municípios da região para marcar uma audiência com o secretário de Agricultura do RS, Giovane Feltes, visando à busca de soluções para manter o laboratório. “Depende de nós ajudar, como lideranças que somos, pois a URI tem muita credibilidade e merece nosso esforço nessa demanda, porque há anos ajuda a desenvolver nossa região. Contem conosco e com nosso empenho para conseguirmos preservar este laboratório”, anuncia o prefeito de FW.

 

Encaminhamento

Com o objetivo de fortalecer o apoio, a URI/FW, por meio de seus diretores, protocolou, junto ao secretário Salmo Dias de Oliveira, um projeto completo, envolvendo toda a cadeia do leite, visando alocar recursos para o desenvolvimento da iniciativa. O representante do governo gaúcho se comprometeu em fazer chegar o documento ao governador Eduardo Leite e defender o importante apoio do Executivo Estadual.

 

Avaliação

A diretora da URI/FW, Elisabete Cerutti, assegura que o fórum cumpre seu objetivo. “Estamos radiantes e emocionados com todas as vozes que foram manifestadas em prol do fortalecimento do laboratório do leite e, principalmente, pelos caminhos desenhados para sua sustentabilidade. Certamente, fortalecidos com todos os sujeitos envolvidos seguimos estruturando os próximos 10 anos. Agradecemos a todos os participantes e a todos os colegas: gestores, professores, pesquisadores e técnicos administrativos envolvidos ao longo de nossa história”, disse a diretora.

 

Histórico

As discussões para a instalação do Laboratório de Análise de Leite iniciaram ainda em 2008, especialmente pela necessidade de avaliação do produto lácteo produzido na região. Para apoiar a iniciativa, por meio da Consulta Popular Cidadã, a demanda “Desenvolvimento Rural – Leite Gaúcho” foi a mais votada em 2012 e 2013, mostrando o interesse da população para fortalecer este setor.


Em 2012, as organizações regionais mobilizadas em prol do desenvolvimento organizaram e fortaleceram a governança do Arranjo Produtivo Local (APL) de agroindústria familiar, que objetiva a agregação de renda aos produtos regionais. Desta forma, a demanda integrava as ações desenvolvidas pelo programa Polo de Modernização Tecnológica do Médio Alto Uruguai.


Com a efetivação dos projetos, no dia 6 de setembro de 2018, o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio de portaria, credenciou o Laboratório do Leite para realizar ensaios em amostras, oriundas dos programas e controles oficiais do MAPA, integrando a rede Brasileira de Qualidade do Leite.


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