"Mulheres têm que provar que são muito mais competentes", diz Pró-Reitora da URI sobre liderança feminina no meio acadêmico

Frederico Westphalen
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Gabriela Lago - Assessora de Comunicação URI Reitoria
26/08/2021

Dando continuidade a Semana da Igualdade Feminina, o Blog da Reitoria traz mais uma entrevista inspiradora e intimista com a Pró-Reitora de Pesquisa, Extensão e Pós-graduação, a professora Dra. Neusa Maria John Scheid. 

 

A primeira entrevista foi realizada com a Pró-Reitora de Ensino, professora Dra. Edite Maria Sudbrack. O Dia Internacional da Igualdade Feminina será celebrado nesta quinta-feira (26).

 

De origem humilde, a Pró-Reitora Neusa viu nos estudos a possibilidade de mudar a própria realidade. “Dificuldades de ter nascido numa cidade de interior, aonde as condições de acesso à cultura, a própria limitação social e ter nascido em uma família que não tinha poder aquisitivo. Tudo isso dificultava muito mais o acesso a ter uma visão de mundo mais ampla como eu desejava para dar sentido a minha vida.”

 

Foi por meio da educação que a Pró-Reitora alcançou o protagonismo e chegou a um posto de liderança dentro da academia, mas não sem dificuldades.

 

"Para a mulher ascender a um cargo de gestão, mesmo num ambiente acadêmico, conquistar uma bolsa de produtividade e pesquisa, além da competência dela, tem que provar que é mais competente ainda [que os homens]. Parece que, principalmente na gestão, a gente tem uma dificuldade muito grande de ter mulheres nos cargos. Não que elas não sejam competentes, mas elas têm que provar que são muito mais competentes do que se fossem homens e isso dificulta."

 

Mulher, educadora e pesquisadora, ela nos conta os desafios de fazer pesquisa no Brasil. “Ser pesquisador ou pesquisadora está cada vez mais difícil, os desafios são cada vez maiores, mas ser mulher pesquisadora é mais difícil ainda. Nós temos uma sociedade, e a academia não é diferente disto, em que parece que para o homem tudo é mais fácil.”

 

A Pró-Reitora destaca ainda a importância do movimento Parent In Science para que mais mulheres possam ocupar espaços na academia. “Vejo com muita alegria este movimento do Parent in Science, que está acontecendo na academia hoje e que é um movimento que as mulheres podem registrar no seu Currículo Lattes, que são mães, que estão em fase de investir o tempo na maternagem, algo que até um tempo atrás não havia essa possibilidade. Eu era cobrada pelo meu trabalho, tanto quanto um homem que não tinha estas intercorrências na sua vida.”