Produtividade Bovina: Combate a Carrapatos
Pesquisa da URI estuda método natural para combater carrapatos e impedir perda de produtividade na...

“A pesquisa parte de um problema local, que afeta a comunidade”. É com essas palavras que o pesquisador Sandro Rogério Giacomelli, doutor em Química pela UFSM e professora da URI, começa a explicar um de seus mais recentes estudos, ainda em fase de elaboração, mas com resultados que podem ser animadores para o desenvolvimento da economia local.
Trata-se de uma investigação sobre o carrapato (ou Boophilus microplus), um dos parasitas que mais afeta o gado leiteiro, cuja produtividade é responsável pelo sustento de grande parte das 9 mil famílias produtoras de leite na região do Alto Uruguai. O carrapato atrapalha o rendimento do gado leiteiro por várias razões, pois deprecia a pele do animal e reduzindo as possibilidades de ganho de peso, o que consequentemente faz diminuir a produção de leite. Além disso, causa a chamada “tristeza parasitaria bovina”, que intensifica a perda da produtividade bovina. Os resultados da proliferação do carrapato são prejuízos financeiros decorrentes da necessidade de tratar os animais infectados pelo parasita e a diminuição da produção leiteira. Segundo o pesquisador, “Calcula-se que às perdas na produção de leite, podem atingir de 182 litros de leite por animal em lactação infestado, além da mortalidade, diminuição da qualidade do couro, aumento dos custos relativos aos tratamentos e transmissão de uma série de enfermidades causadas por protozoários, rickettsias, bactérias e vírus.”
Diante desse cenário, então, surgiram inquietações: Como diminuir a infestação da carrapatos no gado leiteiro? É possível usar antídotos naturais para combater os carrapatos, tendo-se uma alternativa aos tradicionais acaricidas sintéticos? Essas são algumas das perguntas que a pesquisa desenvolvida pelo professor e sua bolsista Carla Peron, aluna do curso de Bacharelado em Química Industrial, procuram responder. O trabalho vem identificando plantas nativas da Região que podem ser usadas para proteger o animal do contato com o carrapato.
O estudo parte de uma analogia. Se existem plantas da região que possuem mecanismos de autodefesa contra microorganismos nocivos, essas plantas podem conter substâncias químicas úteis para combater outros tipos de elementos noviços, como os parasitas. Ao estudar como essas plantas se defendem e as substâncias químicas que a compõem esse sistema, será possível testar a potencialidades de seu material biológico como um antídoto contra bactérias. É aí que vem a contribuição social da pesquisa: se os testes alcançarem resultados positivos, será possível usar material biológico das plantas para criar um carrapaticida de origem natural capaz de combater a presença de carrapatos no gado leiteiro.
Os testes, segundo explica a bolsista Carla Peron, são compostos de material das plantas estudadas e água, os quais, juntos, foram uma solução usada para banhar carr