URI/FW: Pedagogia da Alternância é apresentada em evento internacional

Encontro da América Latina e Caribe, realizado de 4 a 10 de abril, em Alpestre, foi voltado às Casas Familiares Rurais

Frederico Westphalen
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Adriana Folle
15/04/2024

A Casa Familiar Rural Regional de Alpestre e a administração municipal, em parceria com a União Nacional das Maison Familiale Rurale (UNMFREO) – França e a Associação das Casas Familiares Rurais do Estado do Rio Grande do Sul (ARCAFARRS), promoveram o Encontro da América Latina-Caribe das CFRs. A programação aconteceu de 4 a 10 de abril, na sede da Casa Familiar Rural Regional de Alpestre, no distrito de Farinhas.


O encontro fez parte de um programa de Cooperação Internacional com a participação da Agência Francesa de Desenvolvimento, sendo liderado pela União Nacional das MFRs Francesas (UNMFREO), o que permitiu que os parceiros da França, Brasil, Colômbia e Haiti, este último de forma on-line, discutissem os desafios e as ações para o desenvolvimento e o fortalecimento das CFRS implantadas nesses países.


A URI, Câmpus de Frederico Westphalen, esteve representada pelos professores, Gelson Pelegrini e Lucas Aquino Alves, na abertura do evento, no dia 4. Já no dia 5, o coordenador do curso de Tecnologia em Agropecuária, Luís Pedro Hillesheim, apresentou a experiência da universidade em alternância. Duas turmas da graduação também participaram.


De acordo com Hillesheim, a URI/FW é pioneira no ensino superior em alternância e a preocupação é obter um aprendizado fundamentado em quatro pilares: as aulas em alternância e um comitê gestor com parceiros ligados ao Programa de Sucessão Rural, e a formação integral, junto com o desenvolvimento do Projeto Profissional e de Vida. – Outro elemento forte é a experimentação que o estudante faz a partir do mundo do trabalho. Nesse sentido, entendemos que socializar as experiências ajuda que outros atores do processo também possam aproveitar o que está dando certo na nossa instituição e implantar nas suas localidades, buscando sempre promover a constante troca de conhecimentos entre o ambiente de vida e de trabalho e o da universidade – resume o coordenador.


Ainda, dentro do espaço de apresentação da URI/FW, os alunos do Curso Superior de Tecnologia em Agropecuária, Juliana Alves (egressa da CFR/FW) e Francis Casaril, expuseram seus Projetos Profissionais e de Vida no Ensino Superior em Andamento.

 

O evento

Com o apoio da União Francesa, o local do encontro foi definido em um evento promovido na Colômbia, antes da pandemia, com o intuito que os membros das delegações de outros países pudessem conhecer a realidade de cada instituição, como elas atuam, como os jovens vivem e como é a estrutura física de cada uma.

Segundo o diretor da Casa Familiar Rural Regional de Alpestre, Wagner Rogério Bohn, durante os dias de programação aconteceram discussões dos movimentos da América Latina e Caribe das CFRs. “Também foi uma oportunidade de os participantes se conhecerem, de se envolverem mais dentro das dinâmicas de cada país e Estado, entenderem como cada um trabalha a Pedagogia da Alternância, verem a evolução dos jovens, além de avaliar se as CFRs estão conseguindo atender o anseio do Território, promovendo o desenvolvimento. Com isso, a avaliação é positiva pela troca de informações, pelas discussões realizadas, projetos debatidos e público envolvido”, afirma Bohn.


Um dos participantes é o diretor da Federação das Casas Familiares Rurais da Colômbia, Sérgio Moreno, que avalia a experiência como importante, porque permitiu conhecer como operam as CFRs em cada país. “Isso permitiu definirmos critérios para sabermos quais passos devemos seguir. Vimos que aqui estão bem mais avançados que nós, pois as parcerias funcionam bem, a direção é ativa na busca de recursos, as prefeituras apoiam, assim como as entidades privadas. Assim, nos motivamos a buscar estes apoios também na Colômbia. Queremos evoluir como Alpestre, que é referência para nós”, assegura Moreno.


Outra participante é a francesa, Elisabeth Fries, representante da União Nacional das MFRS da França, que cuida da Cooperação Internacional da América Latina e Caribe. Atualmente, ela está morando no Norte do Brasil, aprendendo mais como trabalham as CFRs no Brasil.


– Avaliando as Casas Familiares Rurais da França e do Brasil, entendo que elas têm uma boa estrutura, oferecem muitas possibilidades aos jovens, têm ajuda do governo. Além disso, aqui no Brasil, um contexto bem positivo é a Pedagogia da Alternância, com foco na agricultura familiar e na agroecologia, que as CFRs da França têm muito pouco. Na França, são 430 CFRs, muitas delas fazem formações que não têm a ver com agricultura, como cuidador de idosos, marcenaria, metalúrgica, diferente daqui que as ações são mais voltadas às pequenas propriedades rurais. Isso nos faz repensar nossa atuação e avaliar se não devemos também ter um olhar especial a isso. Então, vejo estes encontros como muito positivos por nos abrir possibilidades de melhorias no nosso trabalho – destaca Elisabeth.